PETROBRÁS E A FARSA DA FALTA DE RECURSOS

Sem aporte de capital, a Petrobrás não terá recursos para realizar investimentos programados para exploração na área do pré-sal e em novas refinarias. A capitalização da Petrobras esteve em pauta nos últimos dias e, diante de medidas aprovadas pelo governo para agilizar esse processo e de algumas reações negativas, que culminaram com o rebaixamento das ações da empresa pelos bancos JP Morgan e UBS. Nos dois primeiros dias da semana, quando os rebaixamentos foram anunciados, as ações da companhia caíram quase 7,5%. Os papéis continuaram em queda, mas com forte influência da crise financeira global.

"As únicas alternativas à capitalização seriam postergar investimentos ou vender ativos. Mas o desinvestimento não faz parte da tradição da Petrobrás", diz o analista de petróleo do Banco do Brasil Investimentos, Nelson Rodrigues de Mattos. (Agência Estado de 10 de maio de 2010, a meia noite).

Estamos diante de uma farsa montada pelo governo brasileiro, pela mídia e pelo sistema financeiro internacional para aprovarmos as propostas do novo marco regulatório do governo Lula. Na pauta do Senado Federal está a partilha proposta por Lula e pela qual as multinacionais podem abocanhar 70% das reservas do Pré-Sal.

Eles vêm com a falácia de que o Brasil precisa de parceiros para financiar a produção do nosso ouro negro, caso contrário faltariam recursos para investir na exploração das camadas do Pré-Sal. Não precisa ser especialista em mercado financeiro para saber que dinheiro não falta no mercado para financiar a Petrobrás, que descobriu reservas gigantescas de petróleo no Pré-Sal. Recentemente, caminhões de dólares foram colocados à disposição para salvar bancos e empresas quebradas nos EUA e na Europa a fundo perdido. É um absurdo dizer que vai faltar dinheiro para financiar a Petrobrás, cujo o negócio é o petróleo, o ativo mais cobiçado do mundo. Basta ver quanto os Estados Unidos estão gastando na guerra do Iraque para se apropriar das reservas de petróleo daquele país.

O presidente da Petrobrás, Dr. Sérgio Gabrielli, tem a obrigação de vir a público, em nome de o interesse nacional, desautorizar essa farsa e dizer o que todo economista sabe: que o mesmo banco que vai emprestar a multinacional estrangeira pode emprestar diretamente à Petrobrás, que possui como garantia o Pré-Sal. Em se tratando de petróleo, dinheiro para financiamento não faltou e não faltará.

É preciso que os brasileiros fiquem atentos às manobras daqueles que querem mais uma vez entregar nossas riquezas naturais como fizeram com o pau-brasil, nossa borracha, nossa cana de açúcar, o minério de ferro e agora com o petróleo!

Emanuel Cancella é Diretor do Sindipetro-RJ.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias - www.apn.org.br.

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