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Tag: Contos de Ficção

Se Te Toco é Porque Gosto de Ti

Se Te Toco é Porque Gosto de Ti

Houve um tempo em que tínhamos dezassete anos. Oh, que belo tempo, o nosso, as saudades dele! O que não nos permitimos hoje, fazíamos então, sem razão. Assusta a ligeireza daquilo tudo, agora que, por cima do ombro, vemos com olhos em lágrimas o que fazíamos no nosso tempo. Não há agora margem para qualquer manobra desviante, mas então havia. Aquilo era de dia e de noite. No Verão, então! O desnudar com intentos belos, somente. Na praia, quantas e…

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Sete Andares (Tradução de Clara Rowland)

Sete Andares (Tradução de Clara Rowland)

Ao fim de um dia de viagem de comboio, Giuseppe Corte chegou, numa manhã de Março, à cidade onde ficava a famosa clínica. Tinha um pouco de febre, mas quis fazer a pé o caminho da estação para o hospital, levando consigo a pequena mala. Embora manifestasse apenas os primeiros sintomas, fora aconselhado a dirigir-se ao célebre sanatório onde se tratava exclusivamente aquela doença. Isso garantia uma competência excepcional por parte dos médicos e uma distribuição mais racional do equipamento….

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Um Casal dos Infernos

Um Casal dos Infernos

A agitação reina absoluta no lar dos apaixonados capetas: Rabudo e Rabuda. _ Malditooo! Ô malditozinho! Me ajuda aqui. Já está quase na hora! – grita Rabuda do quarto do casal. _ Já vou! Já vou! – Responde Rabudo, saindo depressa do banheiro, sem terminar, como gostaria, o que estava fazendo. Muito agitado, pergunta à Rabuda: _ Será que agora é pra valer, minha flor de enxofre. Eu já não agüento mais esse vai e vem sem resultado! Capeta-mor nos…

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Um Grego Antigo de Hoje (Tradução de Manuel Resende)

Um Grego Antigo de Hoje (Tradução de Manuel Resende)

Durante dois meses a fio praticamente não nos separáramos e a única coisa sobre que não nos tínhamos pegado era a política. Mas talvez o melhor seja começar por explicar como o conheci. Estávamos no Verão de 1968. Nessa época, se ainda há quem se lembre, os gregos do exterior pugnavam por convencer os estrangeiros a repudiarem a Junta evitando vir à Grécia passar férias. Quero dizer, em certos círculos reinava um espírito de hostilidade para com os turistas que,…

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Uma Casa de Malas

Uma Casa de Malas

Armando Borges, nascido em Mondim de Basto – Trás-os-Montes, inicia a sua carreira literária na ficção com este conto que nos foi enviado como proposta de colaboração. “Ao entrar nos setenta e com o tempo que é seu”, escreve na carta que acompanha o conto, “decide dar curso à sua submersa e real apetência a vida inteira: ouvir, contar e contar-se contos (ou falar sozinho).” Tem pronto a editar um primeiro livro de contos, e em vias de acabamento o…

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Vodka

Vodka

Ivan Seialovich estava terminando a sua segunda garrafa de Kusnetsoskaya e não dava impressão que iria parar. _Ivan! Como um engenheiro sério com você pôde esconder todas essas garrafas aqui? _Não me pergunte Capitão! Mas se eu fosse o senhor, eu não acenderia um cigarro aqui dentro… as paredes podem explodir! _Muito engraçado… Droga! Essa porcaria de Câmara de Vácuo tinha que perder a vedação? Agora temos que esperar o teflon aderir primeiro antes de prosseguirmos com as experiências –…

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Zelina

Zelina

Helena Langrouva nasceu em Sintra. É licenciada em Letras Clássicas (Lisboa, 1974), em Letras Modernas-Cinema (Montpellier), fez pós-graduação na Universidade de Paris (D.E.A.- Paris III, 1978). Começou a publicar na revista O Tempo e o Modo (Lisboa, 1968), tendo publicado ensaios na revista Brotéria, (Lisboa, de 1982 a 2003). Publicou traduções de poemas de Jean Joubert na revista Critério (Lisboa,1977), e traduziu O Homem de Areia, romance de Jean Joubert, Lisboa, 1991, Difel. No canto azulado do escritório, fingindo ler…

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