De volta com Amor & Sexo, que estreou na quinta-feira (26) na Globo, Fernanda Lima quer deixar um legado de transformação com seu programa. Bela, aos 39 anos, ela apresenta temas como machismo e levanta discussões que tentam derrubar preconceitos e tabus, sempre com descontração. A gaúcha, que é casada com Rodrigo Hilbert, de 36, e é mãe dos gêmeos Francisco e João, de 8, fala sobre as dificuldades da relação a dois. E diz que, com dois meninos para cuidar, a última coisa em que pensa é ter músculos perfeitos.
Sexo
“As pessoas me pedem conselhos e eu adoro falar sobre isso. Em rodinha de mulher, provavelmente elas vão estar falando de filho, sexo ou sacanagem. O mesmo com os homens. Não tem jeito: todo mundo fala sobre sacanagem (risos).”
Casamento
“Uma relação vai acontecendo e se redescobrindo. Há 15 anos, a gente não tinha filho, não tinha casa, não tinha grandes ambições. Só sonhos. Você vai concretizando seus sonhos. O casamento vai virando outra coisa, porque de repente só tem responsabilidades. É importante olhar para o outro e falar: ‘Precisamos de um tempo só para a gente’. É muito cansativa a vida, o dia a dia. As obrigações com os filhos são infinitas. Se você não regar a plantinha, se não cuidar, a rotina mina o tesão. Temos que tomar muito cuidado com o que a gente construiu.”
Rodrigo
“Ele é um cara absolutamente sensível, zero machista. Rodrigo vem de uma criação machista como todos nós, mas se desconstruiu. É um pai amoroso, zeloso, de acordo com o que eu penso. Dentro de casa, o nosso comportamento é de respeito, igualdade.”
Ciúme
“Lido na boa com as fãs em cima do Rodrigo. É normal, acontece todo dia. Tem mais é que acontecer mesmo! Meu marido é lindo, é gostoso… a mulherada fica louca! E a mulher reage de uma forma diferente do homem, não consegue segurar a onda. Deixo abraçar, tirar foto. Já a abordagem dos homens comigo é outra. Os caras chegam de uma maneira bem-educada. Mais olham do que se aproximam.”
Maternidade
“Até gostaria de ter o terceiro filho, mas é uma questão de tempo… Já estou quase desistindo (risos). Sou uma mãe presente, com limites e parceira. É muito difícil criar filhos no mundo de hoje. As histórias de amor são abafadas pelas coisas horríveis que acontecem. É tanta tristeza, desamor, abandono… Meus filhos são proibidos de ver noticiário. Prefiro que não entrem em contato com o mundo, porque, se machuca a nós, adultos, imagina uma criança!”
Machismo
“O que sinto como mãe vai contra a sociedade machista. Crio meus filhos para não serem machistas. Eu explico isso para os meninos, eles vão para a escola e voltam com todas as piadinhas e os funks. Eu reexplico que a melodia é incrível, mas digo a eles que aquela letra não é para ser cantada, não admito! Digo que essas músicas são feitas para desmerecer as mulheres.”
Agressão
“Quando tinha 16 anos, estava caminhando em São Paulo com uma amiga e um cara, de moto, passou a mão na minha bunda. Foi uma das piores agressões que eu já sofri na vida, a pior sensação! Saí correndo atrás da moto, imagina! Como é que ele teve coragem de fazer isso?! Mas eu sou uma menina branca, de classe média, moro bem, sempre tive uma vida razoavelmente legal. Não posso pautar a violência pela minha vida. É pela vida das pessoas que são realmente discriminadas e que sofrem. Faço o Amor & Sexo não só por mim, mas por quem tem menos condições que eu.”
Legado
“Espero estar acalentando uma geração que é violentada todos os dias por não poder ser o que é. Trazer esses assuntos à tona, com naturalidade e amor, pode ajudar muita gente que está presa e não consegue se libertar. Pode parecer repetitivo para quem já tem uma vida livre. Mas, para alguém aprisionado numa família ou microssociedade no interior, isso pode ser muito importante. Se eu conseguir tocar o coração de algumas pessoas, mudar a estrutura de uma família que seja, para mim já é um legado maravilhoso.”
Programa
“Já falamos de tudo, mas a cada ano há novas questões relacionadas à LGBTIfobia, racismo, machismo. Lidamos com amor e sensibilidade com esses temas para atingir o maior número de pessoas.”
Prioridades
“Se tiver que escolher entre uma aula de pilates e ficar com as crianças, é óbvio que fico com elas. Daqui a pouco faço 40 anos. Tenho que aceitar algumas condições da vida e priorizar o que é importante. Com dois meninos de 8 anos, a última coisa em que consigo pensar é ter o músculo inchadinho.”
Beleza
“Não me cobro, mas sou cobrada para estar sempre bonita. Não sofro. Não vou para Noronha botar roupa de festa e salto, tirar foto para o Instagram. Essa não é minha vida. Tenho estilo livre de ser. Tento pisar nessas cobranças, pisar no meu próprio ego, porque vida real é vida real. O resto é aparência. Estou fora de tentar viver de aparência.”
Fonte:G1