O professor americano Robert Kelly e sua mulher, a ex-professora de ioga Jung-a-Kim, falaram nesta terça-feira à BBC sobre como estão lidando com a fama inesperada depois de um vídeo que viralizou na internet.
Na semana passada, Kelly dava uma entrevista ao vivo à BBC sobre o impeachment da presidente da Coreia do Sul quando, de repente, foi surpreendido pelos dois filhos, Marion e James, que invadiram a sala onde estava.
Em seguida, as crianças são retiradas do local por Jung-a-Kim, que entra rapidamente no quarto e, num toque final, se arrasta no chão para fechar a porta.
“Nós entendemos porque as pessoas acharam tão engraçado, é pegar uma família desprevenida”, disse Kelly.
“Mas nossa primeira reação foi ficar com receio de que a BBC nunca mais nos ligasse.”
O casal disse que a resposta ao vídeo foi “surreal” e que eles estão tentando lidar com a enxurrada de emails e pedidos de entrevista.
Jung-a-Kim também respondeu à polêmica sobre estereótipos e preconceito, causada pelo fato de que muitos espectadores do vídeo na internet supuseram que, por ter feições asiáticas, ela seria a babá das crianças.
“Quero que as pessoas apenas se divirtam, espero que parem com essa discussão”, disse. “Eu não sou a babá, essa é a verdade.”
Ela disse que estava gravando a entrevista do marido quando se deu conta de que os filhos tinham invadido a sala.
“Tinha um atraso na imagem, então não consegui ver Marion assim que ela entrou no quarto”, relembra. “Não consegui pensar em nada na hora.”
Sem calças?
Nas redes sociais, alguns criticaram a reação do pai, que afastou a filha ao perceber que ela havia invadido a sala onde ele estava sendo entrevistado ao vivo.
“Tentei empurrar minha filha para trás da cadeira porque temos brinquedos e livros para eles aqui nesse quarto, é o meu escritório. Queria que ela lesse um livro até a entrevista acabar”, explicou Kelly.
“Mas quando meu filho entrou no andador, já não tinha nada que eu pudesse fazer. Estava esperando que vocês cortassem logo e tentei manter a compostura.”
O americano, especialista em Coreia do Sul, também derrubou a teoria de que não teria levantado da cadeira para tirar os filhos do escritório porque estaria de pijama ou, pior, apenas de cueca.
“Eu estava de calças!”, disse, rindo. “E também não foi nada planejado, algumas pessoas me perguntaram isso.”
“Não quero que meus filhos achem que não devem entrar no meu escritório, mas ao mesmo tempo não consigo fazer muita coisa se eles entrarem o tempo todo. É uma dessas questões de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.”
Fonte:BBC Brasil