MP afirma que critérios da Vale indicariam risco em oito barragens

O Ministério Público de Minas Gerais concluiu que critérios de análise adotados pela própria Vale indicariam risco de rompimento em oito barragens em Minas Gerais. A mineradora diz que já paralisou as operações nesses locais.

Os documentos que a Vale forneceu ao Ministério Público de Minas fazem parte de estudos da própria Vale sobre gestão de risco geotécnico, ou risco de rompimento. Depois de analisar o material, o MP pediu urgência para o cumprimento de medidas que diminuam a possibilidade de novas tragédias como a de Brumadinho.

Na ação, o MP cita que o fato mais assustador foi a informação de que as barragens da mina Córrego do Feijão possuíam laudos que atestavam sua estabilidade e segurança. E que o rompimento em questão, de barragens formalmente atestadas como estáveis, demonstra que a Vale não está adotando medidas minimamente necessárias para manter a segurança de seus empreendimentos.

O Ministério Público afirmou que, diante da comprovada ineficiência das medidas de gestão de riscos adotadas pela Vale, entendeu necessário verificar se a mineradora tinha desenvolvido uma metodologia própria de análise de riscos; se teria detectado outras estruturas em estado de atenção ou fora do limite aceitável de risco; bem como se tinha realizado uma análise custo x benefício concernente – ou seja, relativa – ao propósito de redução de exposição ao risco.

Ainda de acordo com o Ministério Público, os documentos demonstram que, em outubro de 2018, a Vale tinha ciência de que, dentre 57 barragens de sua responsabilidade avaliadas, dez estavam em zona de atenção. Todas elas ficam em Minas Gerais. Dessas dez, duas se romperam em Brumadinho.

Na justificativa, os promotores alegam que, segundo os próprios critérios da mineradora, as outras oito barragens que estariam em severo risco de rompimento atualmente são: Laranjeiras, em Barão de Cocais; Menezes II, no mesmo complexo de Córrego do Feijão, em Brumadinho; Capitão do Mato, Dique B e Taquaras, em Nova Lima; e as barragens Forquilha I, Forquilha II e Forquilha III, em Ouro Preto. Essas barragens já estavam desativadas ou foram paralisadas por determinação da Justiça.

Fonte: G1

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