Os ansiolíticos surgiram em 1950, com o Meprobamato, que praticamente desapareceu após a descoberta do Clorodiazepoxido, em 1959. A partir daí, seguiu-se uma série de derivados que se mostraram muito eficientes no controle da ansiedade, insônia e certos distúrbios epilépticos.
O Diazepam foi o segundo a surgir, sendo o mais destacado membro desse grupo
de substância conhecido como Benzodiazepinas. Assim, as principais drogas
pertencentes à classificação de "ansiolíticos" são os Benzodiazepinicos.
A Benzodiazepina, sintetizada na década de 50, tem mais de 2.000 derivados.
Existem 19 substâncias comercializadas no Brasil, com mais de 250 nomes
comerciais. O Meprobamato foi sendo abandonado e as Benzodiazepinas dominam
completamente os tratamentos farmacológicos das neuroses e das formas de
ansiedade. Além da grande eficiência terapêutica, mostraram-se drogas muito
seguras. Tem uso terapêutico como ansiolítico, hipnótico e síndrome de
dependência do álcool.
O crescimento de seu consumo foi vertiginoso entre 1960 e 1980 e estima-se
que cerca de 10% da população adulta dos países desenvolvidos tomem
Benzodiazepinicos, regular ou esporadicamente. Estas drogas têm sido prescritas
indiscriminadamente. Hoje assistimos ao desenvolvimento de um novo padrão
cultural, a "cultura das benzodiazepinas", pelo qual as pessoas encaram com
permissividade o uso de um "calmante". No Brasil, essa situação é mais grave,
pois esses
MEDICAMENTOS são vendidos na farmácia sem a exigência de
receita médica.
Estas drogas estão sendo usadas acima do que se justificaria, do ponto de
vista exclusivamente médico. Não poucos autores tem comparado estas substâncias
ao "Soma", descrito por Aldous Huxley em "O Admirável Mundo Novo".
Estimulam os mecanismos do cérebro que normalmente combatem estados de
tensão e ansiedade, inibindo os mecanismos que estavam hiperfuncionantes,
ficando a pessoa mais tranqüila, como que desligada do meio ambiente e dos
estímulos externos.
Produzem uma atividade do cérebro que se caracteriza por diminuição da
ansiedade, indução do sono, relaxamento muscular, redução do estado de alerta.
Dificultam os processos de aprendizagem e memória.
Prejudicam, em parte, as funções psicomotoras afetando atividades como, por
exemplo, dirigir automóveis.
Misturados com álcool, seus efeitos se potencializam, podendo levar a pessoa
a estado de coma .
Em doses altas a pessoa fica com hipotonia muscular ("mole"), dificuldade
para ficar de pé e andar, queda da pressão e possibilidade de desmaios.
O seu uso por mulheres grávidas tem um poder teratogênico, isto é, pode
produzir lesões(danos) ou defeitos físicos na criança. Quando usados por alguns
meses, podem levar a pessoa a um estado de dependência, ou seja, sem a droga a
pessoa passa a sentir muita irritabilidade, insônia excessiva, sudoração, dor
pelo corpo todo, podendo, nos casos extremos, apresentar convulsões.
Há figuração de síndrome de abstinência e também desenvolvimento de
tolerância, embora esta última não seja muito acentuada.