A codeína, ou metilmorfina, é um alcalóide natural (opiáceo natural) que compõe o ópio. O Ziprepol é uma substância sintética (opióide), isto é, fabricada em laboratório. Indicadas para tosses irritativas e sem expectoração (tosse seca), são chamadas de substâncias antitussígenas, estando presentes em xaropes e gotas para tosse como, por exemplo: Belacodid, Gotas Binelli, Tussaveto, etc. Os métodos usuais de administração são oral ou endovenoso. A duração do efeito é de 3 a 6 horas.
A codeína é um narcótico de origem natural mais amplamente empregado na
clínica médica. Mesmo sendo menos potente que outros opiáceos, seu uso
continuado induz a certa tolerância.
O Ziprepol, devido a sua grande toxicidade, foi recentemente banido do
Brasil (ou seja, está proibido fabricar ou vender remédios à base desta
substância no território nacional). No ano de 1991, foram retirados do comércio
remédios com Ziprepol como, por exemplo: Eritos, Nantux, Silentos e Tussaveto.
Isto ocorreu pelo fato de que houve várias mortes de jovens que abusavam destas
substâncias, principalmente crianças de rua.
Os xaropes e gotas à base de codeína só podem ser vendidos nas farmácias
brasileiras com a apresentação da receita do médico, que fica retida para
posterior controle. Isto nem sempre acontece, pois há estabelecimentos que, para
ganhar mais dinheiro, vendem estas substâncias por "baixo do pano".
EFEITOS
A Codeína possui os vários efeitos das drogas do tipo opiáceo. Assim, é
capaz de dilatar a pupila ("menina dos olhos"), de dar uma sensação de má
digestão e produzir prisão de ventre.
O cérebro humano possui uma certa área - chamada centro da tosse - que
comanda os nossos acessos de tosse. A Codeína e o Ziprepol são drogas capazes de
inibir e bloquear esse centro da tosse. Assim, mesmo que haja um estímulo para
retirá-lo, o centro estando bloqueado pela droga não reage. A codeína e o
Ziprepol também agem em mais regiões do cérebro, inibindo outros centros que
comandam as funções de nossos órgãos.
Com a Codeína, a pessoa sente menos dor (é analgésico) e pode ficar
sonolenta. A pressão do sangue, o número de batimentos do coração e a respiração
podem ficar diminuídas.
O Ziprepol pode atuar no cérebro, fazendo a pessoa sentir-se aérea,
flutuando, sonolenta, vendo ou sentindo coisas diferentes. Com freqüência, leva
também a acessos de convulsão, o que é bastante perigoso, e também pode causar
náuseas.
A Codeína, quando tomada em doses maiores do que a terapêutica, produz uma
acentuada depressão das funções cerebrais. Como conseqüência, a pessoa fica
apática, a pressão do sangue cai muito, o coração funciona com grande lentidão e
a respiração torna-se muito fraca. A pele fica fria, pois a temperatura do corpo
diminui, e meio azulada, por respiração insuficiente. A pessoa pode ficar em
estado de coma, inconsciente, e, se não for tratada, pode morrer.
A Codeína leva rapidamente o organismo a um estado de tolerância. Assim, não
é incomum saber-se de casos de pessoas que tomam vários vidros de xaropes ou de
gotas para continuar sentindo os mesmos efeitos. E, se deixam de tomar a droga,
já estando dependentes, aparecem os sintomas da chamada síndrome de abstinência
. Calafrios, câimbras, cólicas, nariz escorrendo, lacrimejamento, inquietação,
irritabilidade e insônia são os sintomas mais comuns da abstinência.
Com o Ziprepol há, também, o fenômeno da tolerância, embora em intensidade
menor. O pior aspecto do uso crônico (repetido) dos produtos à base de Ziprepol
é a possibilidade da ocorrência de convulsões.