HISTÓRIA
Inicialmente Maragogi era um povoado chamado Gamela, em 1887 foi elevado à categoria de Vila e passou a chamar-se Isabel, em homenagem à princesa que libertou os negros da escravidão. Mais tarde, em 1892, recebeu o nome de Maragogi por causa do rio que banha o local. O nome, segundo historiadores, provém de Marahub-gy, ou rio das Maraubas. Outras interpretações traduzem Mair-aqui-gy-po como rio livre, amplo.
Maragogi tomou parte ativamente nas lutas contra os holandeses. No local
registrou-se intensos combates em Barra Grande e São Bento, quando as
tropas vinham do Recife com destino a Porto Calvo, que era o local de
escoamento da produção agrícola da região, principalmente a
cana-de-açúcar. Coube aos moradores da antiga vila desarticular, por
duas vezes, tentativas de desembarque holandês no local.
Como resquício da História, a tradição familiar no município é muito
forte. Aconteceram muitos casamentos entre primos e vários nomes foram
guardados, como Lins, Vasconcelos, Buarque, Holanda, Cavalcante e Acioly,
entre outros, mantendo vivas suas raízes.
Guerra dos Cabanos
Maragogi também foi palco da Guerra dos Cabanos, que começou como um
movimento restaurador armado, que tinha por objetivo trazer de volta ao
trono do Brasil o Imperador D. Pedro I, que renunciara e voltara para
Portugal. A guerra inicia-se entre maio e junho de 1832, com os levantes
de Antônio Timóteo de Andrade, em Panelas de Miranda, no agreste
pernambucano, e João Batista de Araújo, na praia de Barra Grande, hoje
povoado do município de Maragogi. Em 26 de outubro de 1832, tropas
provinciais matam em combate, no reduto do Feijão, o líder Antônio
Timóteo de Andrade e o Almirante Tamandaré prende o líder João Batista
de Araújo em sua casa, na praia de Barra Grande. Entre novembro de 1832
e janeiro de 1834, a chefia da guerra passa para as forças populares,
sendo o comandante geral da insurreição Vicente de Paula. São erguidos
os primeiros arraiais guerrilheiros nas matas de Imbiras, Barras de
Piabas e Piabas.
Os Cabanos, numa manobra guerrilheira tentam tomar o povoado de Barra
Grande, mas são postos em fuga pelas tropas provinciais acantonadas ali.
Recuam sob forte tiroteio até o povoado de Gamela (hoje cidade de
Maragogi), e de lá chegam à praia de São Bento, onde os Cabanos feridos
à bala se curavam e pescavam. Ocorre então a matança de São Bento, tendo
as tropas provinciais morto à bala e à faca todos os Cabanos
encontrados.
Os negros papa-méis (assim chamados os negros que fugiam da escravidão
dos engenhos e se escondiam nas matas) aderem à insurreição e mudam os
rumos da guerra: lutam os Cabanos agora pela libertação dos escravos,
atacando inclusive os engenhos de açúcar e ocupam terras onde constroem
seus arraiais guerrilheiros. A guerra termina com a prisão de Vicente de
Paula, em 1850, que foi levado para a ilha-presídio de Fernando de
Noronha.
Fonte: Dirceu Lindoso