Rodrigo C. Limeira

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A VIDA É VAGA

Imaginar uma vaga em alto mar,
É como ver a vida em sua existência,
Se a onda remata quando encontra a praia,
E a areia é o seu destino término.

Ser vivo é se sentir uma vaga,
E ter a certeza do arrebate final,
A vida encontra o seu destino,
Que é virar areia no seio da terra.

DAMA DO MUNDO

Ela veste vestido negro,
E ninguém percebe.

Ninguém vislumbra,
O lado sombrio que oculta,
O peito que lateja por nada,
O frio vazio de sua alma.

Dama dos versos noturnos,
Que perdeu o pranto um dia,
Ao se vê num beco sem saída,
Ao cair nas garras do mundo.

Não tens calor em tua vida,
Não tens a luz do dia,
Não amas ninguém,
Apenas aqueles que o bolso tem.

Tua beleza de longe encanta,
Ao coração do carente um perigo,
Lábios derretendo em batom vermelho,
Coração que não é de ninguém.

Dama de curvas sinuosas,
De coxas por muito deliciosas,
Teu corpo pertence a quem?
A aqueles que o bolso tem.

Dama de pele veludosa,
Macia, doce e cheirosa,
Tua pele pertence a quem?
A aqueles que o bolso tem.

Dama dos dias de hoje,
És comum nos caminhos da vida,
Não tens o amor de ninguém,
Neste mundo em que o bolso é rei.

O amor hoje em dia é loucura,
O casamento sem respeito, sem ternura,
Neste mundo em que o bolso é rei.

MAR DOS MEUS ANSEIOS

Imenso mar de águas escuras,
E temerosas funduras,
Que posso imaginar,
Eu posso buscar,
Em tuas bravuras,
Tamanhas ternuras,
Que estou a sonhar.

Nessas águas de espuma,
Mulheres tão lindas,
Ponho-me a pensar,
E na água salgada,
Eu deixo uma lágrima,
Se misturar.

Para que o mar,
Receba minha dor,
E me dê o amor,
Que quero encontrar.