O mar
O mar refletia o azul do céu. As águas se moviam formando ondas que vinham chocar-se com os corais. O som era relaxante apesar de se misturar com a conversa das pessoas.
Júlio estava deitado na praia. Os olhos fechados. Sua mente era um branco total.
Júlio queria ser feliz. Mas esse não era um pensamento, era uma aspiração.
A felicidade verdadeira andava por aí, mas ele não encontrava porque buscava algo que não era ela.
Depois que uma onda estourou em um rochedo Júlio pensou sem palavras: “Eu existo, apenas isso.”
O sol começava se por atráz da montanha. O céu ficava vermelho e o mar também.
Era algo muito belo que Júlio não se preocupava em ver.
Ele relaxava cada vez mais.
De repente algo cutucou em sua cabeça. Ele abriu os olhos e viu sua namorada sorrindo docemente.
As gaivotas sobrevoavam a água e as pessoas andavam de um lado para o outro.
O casal estava sentado na areia.
Aline perguntou:
– Você me ama?
Júlio respondeu:
– Amo.
– Duvido.
– Duvidando ou não a verdade é essa.
– Então responde olhando nos meus olhos. Você me ama de verdade?
– Eu te amo.
– Você está me dizendo isso só para me enganar.
– Pense o que quiser.
– Você parece distante. No que está pensando?
– Estou pensando em como as coisas são tão bonitas. As vezes me emociono de pensar nisso.
– Gostaria de sentir isso que você está sentindo.
– Talvez você sinta e não saiba.
– Como eu poderia sentir uma sensação tão boa e não saber?
– Talvez porque você sente essa sensação a vida toda e por isso já está costumada. Enquanto que eu estou sentindo esta sensação pela primeira vez.
Aline encostou a cabeça no ombro de Júlio enquanto olhavam as águas avermelhadas.
Naquele momento Júlio sentiu uma gratidão muito grande por tudo que existe.
Jefferson Ulisses