Justiça manda blogueira pagar mais de R$ 3 milhões a fotógrafa de casamento
Casamento custa caro, mas, para a blogueira de beleza Neely Moldovan e seu marido, Andrew, a conta ficou ainda mais cara dois anos depois da cerimônia.
Tudo começou em 2014, quando o casal contratou a fotógrafa Andrea Polito para registrar a união deles em Dallas, nos EUA. Três meses depois, a dupla foi à TV acusar a profissional de negar a entrega do material. Diante das câmeras, Moldovan afirmou que Polito exigia um pagamento de uma “taxa extra” de US$ 125 (cerca de R$ 390) pela capa do álbum, da qual ela e o noivo não tinham conhecimento.
“É de partir o coração, porque, vocês sabem, são as nossas memórias”, disse a blogueira em entrevista, ao passo que seus seguidores insuflavam as redes sociais em defesa da “digital influencer”. Na ocasião, o site do jornal “Daily Mail” chegou a publicar que a “fotógrafa de casamento mantinha imagens do casal como refém”.
Não adiantou Polito ir a público dizer que a taxa estava no contrato, suas páginas na internet foram tomadas por críticas e xingamentos. Segundo o site do jornal “The Washington Post”, a reputação da profissional foi arruinada após o episódio, culminando no fechamento de seu estúdio.
Polito resolveu processar o casal e afirmou à Justiça que os Moldovan apenas tinham de preencher um formulário, escolher as fotos do álbum e pagar o preço que estava previsto. Além disso, mostrou trocas de e-mails entre a sua equipe e o casal.
Ao jornal americano Polito contou que, um mês após a cerimônia, sua equipe enviou fotos em baixa resolução para que a noiva tivesse uma prévia de como poderia ser o álbum. “Ela postou tudo nas redes sociais e, depois, pediu as fotos em alta”, disse a fotógrafa, que explicou ainda que entregaria tudo assim que as fotos fossem escolhidas e o pacote finalizado.
Nos dias seguintes, Moldovan começou a escrever mensagens maldizendo a fotógrafa, até que a história se tornou pública. A partir daí, Polito afirma que ficou meses sem fotografar um evento sequer e teve de recorrer às economias guardadas para viver.
Na sexta-feira (28), um júri em Dallas decidiu que a história das “fotos não resgatadas” não era comovente, mas sim um caso de difamação maliciosa. Por isso, determinou que marido e mulher pagassem à fotógrafa cerca de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,12 milhões) em razão dos prejuízos que a profissional teve com a repercussão do caso.
Até esta quinta-feira (3), o casal não havia se pronunciado sobre a ordem judicial. A página do Facebook e o blog de Neely Moldovan estão fora do ar ao menos desde quarta (2), o Twitter, protegido.
Se a profissional irá receber o dinheiro não se sabe. O casal ainda pode recorrer da decisão da Justiça, mas, para Polito, o veredito já é suficiente.
“Durante dois anos e meio, levei minha filha para a escola coberta de vergonha, mas, agora, eles sabem que ganhei”, relatou a fotógrafa ao “The Washington Post”. Em seu novo site, onde também se apresenta como “coach”, afirma que venceu uma batalha.