Rosa do Deserto

 

DEIXA

Deixa o tempo me dizer se você é o que diz ser.
Leve-me em todos os lugares por onde passar.
Eu estarei aqui pensando um modo de ir  te ver.
Não mude seu status, nem seu modo de me olhar
Pense em uma forma de suprir sua ausência em mim.
E na minha presença seja exato! Deixe-me fluir
Não ligue se  sutilmente ficar febril. quero-te assim.
Só desista de mim quando não mais conseguir sorrir
Persista  caso eu desviar palavras para outro vão.
Porque meu rumo perdeu-se no seu jeito de ser.

E quando você adormecer, amar-te-ei sem razão.
Mesmo ausente sentirei naturalmente seu prazer.
Tudo demora acontecer e tudo acontece na sua vez.
As portas se abrem, janelas escancaram e a vida segue
Tudo evapora quando vejo seu olhar em minha nudez.
Até o tempo muda o espaço. Espaço bilateral
Não há mais nada em nossa volta, só eu e você.
E nesse silêncio te sinto aqui, dentro de mim

Rosa do Deserto
30/08/2015

E SENDO…

E sendo amor não há lugares para dor.
Sendo dor não há razão de te amar.
E sendo amar
E sendo amar, não vivo sem sua cor.
Sendo cor, gosto do nada, gosto do seu olhar
Gosto de te fazer amor em pensamentos.
Porque.. Não há outra forma de te ter.
Gosto dessa sua pressa em forma de tempo.
Porque sei.. Não há como te perceber.
Eu me perco em sonos e nos meus abandonos.
Perco em lágrimas inevitáveis e inadiáveis.
Olho para o teto nessa escuridão de escombros.
E nas madrugas não sei mais o que são sonháveis.
Só faltava você… Veio de repente que nem senti.
Quando me vi, você já estava dentro de mim.
E sendo amor não há lugares para a dor…
Só faltava você.. E você chegou pra ficar assim.
Tomou conta inteira do meu coração de jasmim
E sendo amor não há lugares para a dor…
“Você não quis, não deu valor..
E sendo amor de verdade
Desperdiçou sexo do bom
Meu próprio som
E silêncio e outras raridades”

Rosa do Deserto
29/07/2016

NÃO SEI

Não sei se meu desejo agora é que você venha. Não sei..

Mas sei que escrevo algo para alguém que não está. Seja você ou não . Alguém que: ausente me faz pensar.

Não importa o que penso, não importa onde estou. Sei que ouço a chuva cair lá fora. E a interrogação me permite perguntar.

– Oh!! Onde estará aquele ponto  de contra partida que saiu do meu espaço ?

Onde anda e o que faz!! Se parto palavras saem desconexas.  Se uno silabas o silêncio muda o som.

Não sei! Penso na hora de sua chegada.

Penso no dia de amanhã que talvez não virá.  Então! Penso no tom de azul que observo na música que ouço agora. E mergulho no vácuo do meu pensamento e no tempo. Um vão de frases conectadas ao vento que molha meus cabelos.

Não me pergunte agora o que faço .  Não saberia responder nem a mim nem a você, nem as flores que estão no meu jardim. Não me pergunte nada, porque nada vem por acaso.  E nada sai de repente. E o nada me seduz. E o nada é tudo que tenho nesse momento.

Embora tudo possa mudar, não mudo meu jeito de te olhar.

Entao…  Escrevo linhas tortas, ditos invisíveis, estrofes que não se acabam nunca..

Ou não.

Rosa do Deserto
07/04/2016

 

 

Neuza M. Barros

RESGATE DE SI

São buscas
São laços
E passos,
Ilusões
Desamores
Se amando.
Abandonos
Em abraços de enganos,
Se enganando
Supondo que amas,
Semeando,plantando e colhendo
Arrobas de frustrações e desvios.
Que a luz clareie a verdade
Despertando o que abandonou,
Resgatando um amor esquecido,
Que na própria infância deixou.

Neuza M. Barros
22/05/2016

NOVO

Um novo dia inicia
Desperta com alegrias,
Pés que não carrega ilusão
O farol é o coração.

É como se alma cantasse
Aplaudindo a direção,
Tudo se renovando,
E germina a mais nova semente.

Quando por vezes ações
De resistência ao novo,
Pode ser a negativa
De seu mais lindo presente.

Neuza M.Barros
20/05/2015

PODEROSA ORAÇÃO

Somente o amor domina
Os dias de tormentas
Onde imperar a luz
Nenhum mal se alimenta.

Permita essa luz
Invadir seu coração,
E estarás escudado
Pela mais poderosa oração.

Neuza M. Barros
19/05/2015

LIBERTAÇÃO

Se acalme aos ventos que agitam
Serene em momentos que aflijam,
Se solte dos nós que apertam,
E se encare nos receios que existem.
Mire seu olhar no horizonte,
Se liberte de tudo que prende
Agradece por tudo que foi,
E viva intenso o presente.
Sinta a natureza viva,
E ame a tudo que puder,
Voe assim mais liberto
E se lembre de a outros espalhar
Contagiando com as alegrias que sente.

Neuza M. Barros

13/05/2016

EMBRIAGADA DE UNIVERSO

Deitada sobre as ondas
E deixando se levar
Manso e suave bailado
E alegrias que vem renovar.

Pausam momentos aflitos
E jaz todo o lamentar
Soam cantos d

e amores
E voam os poemas ao ar.

As preces se fazem abrigos
Universo alimentos vem dar,
Natureza o mais belo convívio,
O canto e a dança feliz
Para quem dessa mesa souber se fartar.

Neuza M.Barros
13/05/2016

VIVENDO A PAZ

Quem já tentou semear paz
Sabe a dificuldade que há
Uns percorrem o caminho,
Outros, nem almejam alcançar.

Alguns se iludem pensando
Que irão encontrar logo ali,
Mas conseguí-la de fato
É preciso em si mesmo investir.

Há tanto que se explorar
E muito que aprender,
Libertar-se e ser capaz,
De parar de olhar só pra si.

Neuza M. Barros
11/05/2016

 

DESAFIOS

E nas horas de confronto
Que a vida vem propor,
Esse andar em cordas bambas,
Desafios que equilibram.

Vem trazer a realidade,
Despertar o mais sutil,
Pra livrar os tantos enganos
A que a vida sucumbiu.

Um chamado que convida,
A compromissos ir se envolvendo
Com alegrias se cumprindo,
E de bons sentimento ir se regando,

Pois a vida é desafio
Para de amor ir se plantando.

Neuza M. Barros
05/05/2016

 

 

Helenna Souza

 

Leia mais …

 

SE VOCÊ NÃO SE AMA, QUEM VAI AMAR?

Quem, em toda a sua vida, além de você, está o tempo todo contigo?

Então não espere para se amar, para se apaixonar por você mesmo antes de jogar a sua felicidade e a responsabilidade de ser feliz nas mãos de alguém. Ninguém além de você pode fazer isso.

Se não pudermos amar a nós mesmos, como amaremos outra pessoa?

Se você não se ama, quem vai amar?

Das poucas certezas que temos na vida, uma delas é:

Frustrações são gratuitas.

Vemos por aí, uma legião de pensadores, filósofos do amor. Frustrados!

Há tanta dor, saudade, lamentações, lágrimas nos relatos de amor perfeito. De relacionamento perfeito. Rótulos em cima de rótulos. A culpa disso e daquilo arremessada contra o outro.

O fato é que amor também é de graça. Dá quem tem e recebe quem não espera nada em troca.
O amor é uma dádiva, um presente. Pode ser curto, longo, eterno, moderno, tradicional, passageiro.
Amor é de dentro pra fora. Amor que é amor, não completa. Transborda.

É aí que o amor próprio entra.

Ame a si mesmo e poderás amar o mundo.
E se o mundo lhe ferir, ainda haverá amor para perdoar.
Ainda haverá amor para te curar.
Ame a si mesmo e não espere retorno. Não despeje suas carências sobre um futuro parceiro(a).
Ame a si mesmo para amar o próximo e quando alguém te amar de volta, transborde. Sem medo.
Ame as suas falhas e não tenha medo de errar. Mas quando errar, não tenha medo de admitir e começar tudo de novo.

Entenda que o tempo não para, já dizia Cazuza. Seja todo o amor que houver dessa vida. Seja o amor da sua vida.
As pessoas esperam que o amor as encontre. E sofrem durante a espera.

Acreditam em finais felizes, esquecendo de procurar no lugar mais precioso:
Dentro de si.
Acreditar que o tempo transforma, não é iludir-se. Que o tempo cura, também não. Que o tempo muda, muito menos.

Ilusão é acreditar que amor pode ser encontrado em algum lugar fora de você.
Não há receita para amar ou ser amado.
A única tarefa que temos é explorar o amor próprio, e isso pode levar algum tempo. Talvez a vida toda. Mas o caminho percorrido faz toda a diferença.

Trilhe pelos seus sentimentos antes mesmo de querer trilhar os de alguém.
Se permita. Se conheça. Amar a si mesmo é se gostar além dos defeitos.
É se aceitar. É se libertar!

Deite-se em sua companhia, se ame, se encontre.
Desprenda-se das fórmulas perfeitas de amor vendidas em drogarias sentimentais por aí.
Porque elas não existem!

Helenna Souza

 

POR DENTRO UMA PERSONALIDADE MINHA, POR FORA UM CONCEITO TEU

Sou apenas EU
Sou o sopro no coração,
Gosto do impossível, e não tenho medo do provável, riu-me do nada e choro se for preciso.

SOU TEIMOSA, MUITO MESMO….

Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por t…rás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina.

E amo de verdade aqueles para quem eu digo isso.

Nem sempre coloco em prática aquilo que eu acho certo, e são poucas as pessoas para quem eu me explico.

Não vou valorizar-me com as minhas qualidades, nem rebaixar-me com os meus defeitos, simplesmente, conhece-me. Os medos existem, e tal como toda a gente tenho os meus, não sou ninguém para ignora-los, pois são para ser enfrentados, já temi a morte, no entanto, agora não me diz nada de especial, pois a morte não me assusta, só me assusta a forma de morrer.

Temo, perder alguém que amo, acontece, mas tem de ser superado na mesma, apenas temos de pensar, que ninguém dura para sempre.

Sou melhor do que as pessoas pensam, pior do que elas imaginam…

As criticas não me abalam, os elogios não me iludem…
Sou o que sou e não o que falam…
Vivo o presente, não temo o futuro e que se lixe o passado…

Queres pisar-me? Pisa, mas corre quando me levantar.
O limite da tua imaginação, não chega aos pés da minha realidade.

Não sou nenhuma droga, mas posso ser o teu maior vício.
Posso chegar mais longe, do que o que a tua mente pode alcançar.

Posso ser a solução dos teus problemas, ou simplesmente a causa deles.
Fala o que quiseres de mim, mas tem a decência de me falares nos olhos, e no fim, tem a coragem de ouvir a minha resposta.

Helenna Souza

TE QUERO

É como se pudesse caber o mundo todo num sentimento, resumir minha vida em um momento, isso é ter sempre uma pessoa no pensamento, é amar.

É querer estar do teu lado. Eu me sinto possível, me sinto incrível, eu me sinto bem.

Te querer é precisar, é como respirar, não há como parar uma vez que você descobre o que é o ar.

Teus beijos são o meu alimento, seu abraço o calor que me mantém viva. O amor que me dá vida, o teu nome a coisa mais linda.

Te quero como não existe outro querer, te vejo como o sol nunca brilhará, você tem uma alma tão pura no teu ser, uma alma que foi feita para a minha encontrar.

Helenna Souza

 

Angélica Torres Lima

angelica

FONTES DOS ANJOS CAÍDOS

A hora era imprecisa
Madrugada. Talvez alvorada.
Quem sabe meio-dia.

Quadrada e imensa era a praça
de prédios, arejada
mas pesada e densa.

Logo à frente
na calçada pêndula da praia
a fonte dos anjos caídos.

Magros, louros, jovens
como escandinavos
esculpidos

nus, a pele sépiadourada
cabelos e corpos molhados,
asas e olhares enlameados

vários, sentados nas muradas
de concreto armado
apinhados na abóboda

de acinzentada queda d’água,
olhavam com desdém
a andante solitária.

Passei sem descolar
os olhos da cena
daquela imagem

catedral desossada
miragem do paraíso
devastado.

Súbito, um deles desce
e me segue de perto
até a rua da praia

Era um mulato aquele
dono ouro-negro
de motocicleta roubada.

Hipnotizada, saltei na garupa
e com ele voei pelos ares.
O capacete só aura

aura encardida, mal-lavada,
mas aura,
sobre chãos e mares.

Voltamos.
Fui viver com eles na fonte
da Praça de Buenos Aires.

DIAS CONTADOS

O poema da morte
é apenas um trovão
assustando a vida:
olhos se arregalando
estampidos nos ouvidos.
Melhor, talvez, chamar o medo
de expectativa
já que nessa estrada
não há outro desvio.

Dias contados.
Descontados os feriados
e dias profanos,
resta-me o dom de fabricar
o meu destino,
refazendo os planos
perdoando os erros
e os danos,
dando remo e rumo
às mãos
e ao pleno.

Contados os dias
em letras,
os números letais
se abrem
ao infinito.
Disfarço
a farsa, pondo fé
e desfaço, acho,
o carma da morte
no imposto da vida.

FAZENDA DOIS IRMÃOS

para Antônio
no casamento
da árvore com a terra
a minha crença na vida

na sua sobrevivência
sem cuidados humanos
a reverência
aos elementos

no seu crescimento para o alto
serenamente imponente
o ensinamento vivo
de u`a meta
e um comportamento

no trabalho das raízes
e no vôo das folhas
a compreensão
de que aos pés deu-se o chão
a mente o infinito

no gosto do fruto
presença de água e mel
drink ligeiro dos pássaros
cheiro de infância
na minha saudade

Olhar léguas e mais léguas verdes
cercanias de matas, vento
cantando baixinho
no ouvido, na fazenda
da miaha infância

Tanto verde em redor do Morro Alto
lado a lado no topo
dois bambuzais solitários
irmãos companheiros

No céu rastos vermelhos
restos de sol
No ar o cheiro do mato
a transparência da noite invadindo

No centro do reino verde
o cavalo e eu
a descer a calmaria
da velha natureza
lentamente

O som do trotar de Cacique
nas pedras friinhas
u`a melodia pura
os meus desejos ocultos
os sonhos puros de criança
riquezas simples da infância

Sensação de cria da terra
de filha do vento
Impressão de ser folha
de ser mato
Certeza de ter brotado
de solo fértil
feito flor

Ah, os campos, os pastos
os córregos de água fresquinha
o curral, a casa grande, o quintal
a goiabeira perto da bica
o milharal e as jaboticabeiras
o prazer de beber com as mãos em concha
a água pura da cacimba

No parque das altas mangueiras
perto do córrego sombrio
a morada sagrada
das fadas, gnomos, duendes, sacis
o meu recanto predileto
repleto de mistério amigo
onde os sonhos conversavam comigo

E eu a comer cajamanga
verde, azedo, com sal, contemplando
a beleza rústica do engenho
cana, garapa, rapadura

A casa do vaqueiro
escondia em mim eu mesma:
ela era o cenário imaginário
de minhas estórias
de príncipes e princesas

No jardim da casa-grande
as rosas e os cravos
por meu pai cultivados
com tanto amor
Na escadaria dos fundos
a vista do Morro Alto
com os bambuzais irmãos
e o requeijão quente
da Lucinda, tentando a gente

Da varanda, a beleza vermeLha dos
enormes flamboaiãs, o curral do gado tratado
o leite gostoso, na hora tirado
Na janela do meu quarto
tinha sempre visita de um colibri
Não muito longe, no riacho
o ensaio dos sapos para a noturna sinfonia

Ah, fazenda querida
bordei você na lembrança
como foram no céu as estrelas bordadas
nas suas noites de verão

Guardei você, eom cuidado,
no pór do sol de Goiás
pra que todo dia sua presença reviva
e eu a enterre imortal
dentro de mim

 

Silvane Sabóia

saboia

ACALMANDO TEU CORPO

Esse fogo que arde em teu corpo
e me chama para acalmar..
é fogo doce que meus lábios
podem facilmente aplacar..

posso amansar o teu desejo.
trazendo a paz a teu corpo
com a arma santa
de um beijo…

Só não sei o que será de mim depois…
quando teu corpo voltar a calmaria
e eu ficar na agonia

FALAR DE AMOR

Cansei de regras..
Simpatias…
E jogos de sedução….
Vamos celebrar o amor..
Confuso…doente…carente…
No nosso coração…
Vamos sentir o que vale a pena…
Nesta vida tão difícil de se sonhar..
Vamos reinventar estrelas, poemas..canções..
Pra’ se apaixonar..

Vamos deixar as fórmulas…
O sexo intenso e vazio..
encarar e brindar o simples olhar..
Vamos abrir nossas dores…
Falar dos temores…
Dar-nos as mãos calejadas…
Acariciar as cicatrizes das almas
Nos encontrar…

Vamos entender os viajantes..
Suas mágoas e lembranças..
Suas dúvidas e andanças..
E insistir em sonhar!

DESEJO

Onde estão teus olhos?
Que eu não vejo mais…
Onde estão teus carinhos?
Onde estão?
Onde estão teus abraços….
Loucos devassos, na noite que vai…?
Onde estão aqueles momentos,
Doces tormentos de paz?
Onde estão teus beijos?
Que desvendam segredos…
Profanam lugares, carícias suaves…
Onde estão?
Pudera sentir teu corpo…
Matar o sufoco, te procurar…
Quisera ser um pássaro…
Voar alto, cruzar mares, nuvens…luas…
Pousar leve, pura e nua…
No teu olhar!!!!

Raquel Pellizzetti

raquel

ANJOS DA “HELP”

Os dez anjos da minha Help
me lançam sorriso torto,
meio assim, de amor sem gosto,
desgosto no rosto exposto.

Os dez anjos da minha Help
me espiam com olho turvo,
meio assim, de grito mudo,
miúdo olhar (ponti)agudo.

Os dez anjos da minha Help
me alçam mãos (vaga)rosas,
meio assim, talvez medrosas
de eu sabê-las dolorosas.

Os dez anjos da minha Help
me miram todos os dias,
meio assim, também vadia,
na noite fria e vazia.

Os dez anjos da minha Help
me (de)têm por bem amada,
que, meio assim, desgastadas,
estão semi-mortas… mais nada.

ANTIGA

Te escrevo do modo antigo de dizer das coisas
e te penso do jeito que ninguém se lembra.
É que restei parada lá bem no começo,
quando ainda sonhava com anjos e lendas.

Te escrevo em bloco de linhas bem retas,
que tenho medo de minhas frases tortas.
Esqueci do espelho e dos tempos idos
e te espio, quieta, por frestas de portas.

Te escrevo a lápis pra corrigir letrinhas
e pinço termos num velho dicionário.
Cresci de altura, mas, ainda menina,
te olho folhinhas do meu calendário.

Te escrevo palavras que ninguém mais usa,
que ainda me vêm do odor das flores
do meu jardim bem vivo na lembrança,
onde te tinha mulher de meus amores.

E te escrevendo, assim, meio sem jeito,
sei que já sabes que me vim ser tua,
que te esperei, ainda no meu tempo,
andando na trilha que me fez a lua.

A ESMO

Acordei hoje como o céu borrado.
Nem clareou a minha luz diária:
tal como eu, ela também foi triste:
via-me ópera sem nenhuma ária.

Bato a porta em sensação de fuga.
Rasgo betume, olvido calçadas.
Ando a esmo, em pensamentos ocos,
correndo milhas que acabam em nada.

As trilhas fundas que (re)piso aqui
são chão rachado, cerrado árido
ou, de Dédalo, o tal labirinto…
“Como saber?!”, diz meu reflexo pálido.

Onde me vou eu, tonta e dispersa,
se, tempos idos, tinhas escapado?
Que dentre letras da tela vazia,
nós nos perdemos… tinha te avisado!

A FORÇA, INVENTO

Quisera espaço pra espalhar minhas letrinhas
e o silêncio, bem quieto, dos meus mortos,
onde só se ouvisse a chaleira e brisa leve
além do macio da caneta, em traços tortos.

Quisera ler no papel de árvore caída
uma história que me surgisse não de agora,
mas uma outra que ficou no diário antigo
e me falava de sonhos alegres de outrora.

Eu vejo o tempo dos homens me engolindo
e me traçando, no rosto, trilhas fundas,
quando minh’alma, incólume àquele tempo,
cria, do afeto, as medidas mais profundas.

Daí me curvo mais sobre meus blocos
e finjo olvidar os barulhos dos meus vivos,
que só assim posso fluir meus sonhos todos
mesmo sabendo a maior parte já perdido.

CAVALEIRO

Percorrendo infinitas trilhas,
sobre cavalos dóceis e bravios,
a lugar algum chegou que não de passagem.
A cada parada/pausa,
mal banhado, sedento e esperançoso,
via logo cedo que nada mudara.

Eram os mesmos, em todos os pontos,
os olhos que o espiavam,
os ouvidos que o ouviam (ouviam?)
e as bocas que lhe falavam
tornado novamente cavaleiro,
alterava-se-lhe tão somente a cor do bicho que o levava
e sempre, sempre, alguma esperança para gastar.

Talvez noutra parada… quem sabe?!
Caminhou solitário e alerta
por campos, riachos, estradas,
mares, matas, lagos e cidades.
Cresceram-lhe cabelos, barba e caminho andado.

Da solidão de tanto andar,
sobreveio-lhe o hábito do silêncio
e a cada parada menos palavras encontrava prá dizer.
Olhava e com o olhar dizia.
Ninguém (ou)via.

E lá tornava ele à montaria,
estrada/vida afora,
em busca do pouso certo que de incerto tudo tinha.
Cecília lhe recitaria “Destino”,
“pastor de nuvens” que ele parecia…
mas ela já morrera há muito tempo
e dele nada sabia.

Cavaleiro de conto de fadas diriam alguns,
atrás talvez de um castelo e uma princesa,
ou, quem sabe, apenas um rebanho prá tocar…
Mas ele desconhecia porque tanto cavalgava
e o que o movia.

Se fugia ou perseguia.
Se era caçador ou caça.

Cavalgou incessantemente o homem
até um ponto de uma certa trilha.

Apeou.

Olhou o céu que sempre o acompanhara… Lindo!

Deitou-se. A árvore era frondosa…

Ali, naquele lugar, findava sua busca
– porquê? – ele também não sabia…

Nunca mais cavalgou o homem por caminhos vários
desta bela e vasta terra.

Deixara de procurar…Resolvera apenas se deixar ser e sonhar.

BICHO SOLTO

Andando assim, pela vida, feito bicho;
meio sem rumo… visionário não tem nicho,
eu saboreio muito mais de sóis e luas
do que as gentes no ruído dessas ruas.

Eu piso firme sobre a água de oceanos
e vôo livre sem saber de desenganos;
trago comigo pergaminhos de esperança
que tenho escritos na alma desde criança.

Falo com nuvens e pássaros às dezenas,
contando causos de aprendiz de vida plena.
Meu universo de sonhos e encantamento
enche de espanto os algozes do cimento.

Vou por terra, ar e mar de água mansa,
sem paradeiro, que sonhador nunca descansa.
Sou tudo e nada… marca d’água, sou profundo.
Estou em mim, no outro alheio… olho do mundo.

Rose Sadalla

rose

ALÉM DO TEMPO

Como uma rosa que despetala
eu sinto o tempo passando
E pelas lembranças da mente
fico te recordando
Pelos retratos do relicário
lembrei do teu rosto
Pelos cantos da casa te espreito
vejo teu vulto ardente
No quarto entre lençóis de seda
sinto o cheiro do teu corpo
Pelas areias fina da praia
te moldei em escultura
Meu pensamento se afasta de mim
voltei e não sei de ti
Coisas vêm e vão chegam ao fim
assim como você e como eu
Das lembranças que de ti guardei
a onda veio e te levou.

ANTES DE DORMIR

É noite! o sono me chega suavemente
Antes de dormir queria te ouvir
Cantando uma canção em meu ouvido
Sentir teus dedos afagando meu colo
Desnudando meus olhos com beijos
Molhando meu corpo todo de prazer
Enquanto sons suaves pairam no ar.

É noite! o sono me chega suavemente
Antes de de dormir queria me banhar
Das gotas plena que inundam teu corpo
Gotejando carícias e gemendo a cada toque
No meu corpo que vibra em loucas sensações
Que faz meu coração pulsar em descompasso
Causando arritmia em forma de paixão.

É noite! o sono me chega suavemente.

AMOR A BEIRA-MAR

Pela janela dos meus olhos
Vejo a noite que chega iluminada
Sento-me à beira mar e te espero.

Fixo o céu de estrelas brilhantes
E vejo-te em cada brilho do luar
Deito-me na areia e me aqueço
Procuro-te e a lua sorri complacente
Fiel escudeira e cúmplice deste amor
O mar banha meu corpo e geme de prazer
No êxtase previsível percorre meu abdômen
Deixando-me à deriva, totalmente perdida
Rolo na areia e conduzo-me peregrina
Tocando nas águas límpidas da minha pelve.

Esquecida nas brumas do tempo me deixo amar
Iluminada por estrelas que não deixam de brilhar.

MCarmo Costa

carmen

 

ENTRE OS DEDOS

Entre os dedos fazemos miséria.

Entre os dedos nos viramos pelo avesso.

Entre os dedos nos impomos,
nos desejamos,
nos queremos…
nos possuímos…

Entre os dedos nos encontramos em
nós mesmas.

Entre os dedos somos o tudo e o nada…
nos achatamos entre o céu e a terra…
somos miragem e realidade…
somos o aqui e o além…

Entre os dedos… como mulher…
vazamos.

Entre os dedos sonhamos…
suamos… molhamos…

O que não se faz entre os dedos?
Entre os dedos somos crianças inocentes,
ingênuas de toque macio…

Somos adolescentes curiosas,
que vasculham a mente e o desejo…

Somos mulheres que anseiam
numa urgência profunda,
numa agonia lasciva…

Entre os dedos explode o desejo…

Vertem-se lágrimas dos olhos,
derrama-se leite do peito,
ardem-se as entranhas…

Entre os dedos
o contato do momento,
instante prazeroso.

Vida entre vidas
que ficam
entre os dedos.

INSANO DESEJO

Vira-te para mim
e vês como meus olhos te suplicam,
ao mesmo tempo que se encantam
por ti.

Tremores e suores
medo de perder-te…
tem dó de mim…
eu, qual pássaro ferido,
querendo aninhar-me em teu peito,
com teus dedos acariciando meus cabelos ,
embalando-me o sono.

Eu com ímpetos de beijar-te
a ponta do nariz
e o canto esquerdo dos lábios…

Saudades do que poderíamos ter
e não temos.

Saudades de beber em teus lábios
o vinho que bebo
e tu não sabes de meus lábios
ou deste vinho que decanto…

Preciso deste sonho!…

Entrelaço meus dedos
em teus dedos e,
espelho-me no verde de teu olhar
me ponho aqui
a falar-te de dedos e bocas,
quando só quero…
beber-te toda… sem gelo…

Gosto de vinho em meus lábios trêmulos…

Boca sedenta…

Gosto de vinho…

Ânsia de boca…

Emoção que se derrama
em urgência gritante.

Transformo-te em vinho
para te degustar… penetra-me a boca
escorrendo por minha garganta…
devagar…
achegar meio a minhas entranhas.

Saboreio-te na taça,
tua boca que tanto desejo
e beijo…

Toma-me agora!

Tenho-te cá na boca…
e não és mais vinho…
és carne de minha coxa…
retalho de meu peito…
minha alma partida.

Eu te bebo nesta vontade de ti…
deixa-me te penetrar no peito…
seio…
infinitas pernas…

Deixa-me estuprar tua língua…
lamber-te os lábios
viver dentro de fora de mim.

Não me atreverei a dizer-te mais de mim
ou deste insano desejo
que vive aqui… cá dentro de mim…

Mostra-me tuas cicatrizes…
teus percalços…
tuas rugas…
teu desassossego…

Não sei mais nada de mim…

Viverei no teu corpo feito de gemidos
e neste imenso espaço
que nos atormenta…
preciso de vida…
preciso viver…

Deixa-me viver em ti…
contigo…
em mim !…

DESPERTAR

Uma sensação inaudita,
nunca antes sentida,
leva-me por caminhos
não explorados.

Por abismos… morros…
labirintos… atalhos… enfim… terraplenagem.

Esbarro no aceiro da mata virgem!

Descortina-se a campina…
o verde… o suave… o belo.
o inevitável!
acanhadamente olho… observo…
tateio…

E, com que prazer… pouco a pouco…
com que ansiedade,
sinto… recebo… sendo
tocada…
desvendada!

O verde derrama-se
num arco-íris imenso, numa ardência incontentável,
roubando-me os sentidos…
fazendo alvoroço no meu coração…
no meu corpo…
nas minhas entranhas!

Um grito na garganta desmaia.

Paro de chofre…

Onde estou?

Perdida no arco-íris.

Num encontro de mim mesma.

Agora sem retorno…
prossigo.

Delírio!

PERDIDA EM MIM

Vagueio apenas… perambulo pelas ruas
vazias em busca do não sei onde…
encho-me de esperanças pelo sonho
que tive…

Vivi o sonho da não esperança…

Vagueio simplesmente…
se espero, se desespero…

Já nem sei de mim…
se vou, se fico… se parto enfim…
se sorrio… se desejo… se penso…

Apenas quero… sou assim…
mulher sem princípio e sem fim…
mulher andarilha…
mulher sem destino…
mulher só… sem semente…
sem adubo…
flor que sorri… mulher que vaza…
sem ti!…

MEU CORPO

Todo meu corpo eu escondo
no mais escondido de meu ser.

Todo meu corpo estar
onde ninguém pode ver.

Todo meu corpo desliza
num ousado e imperceptível
bambolear…

Todo meu corpo estar
onde não se pode tocar.

Todo meu corpo invade teus sonhos
num singelo suspirar.

Todo meu corpo explode
num tênue toque
de dedos indeléveis e afáveis,
como os teus.

Dedos que, meu corpo,
percorrem,
que meu corpo descobrem,
que em meu corpo se misturam.

Dedos que descobrem
os mais íntimos desejos.

Desejos de um corpo calado
que implodindo grita
sob o teu toque.

Corpo de mulher.

Mulher que deseja,
mulher que ama,
que se derrama,
que se entrega…

Que vaza…

SAUDADES DO MEU AMOR

Aqui sou somente saudades…
saudades de ti,
de teus beijos,
de teu toque,
de teu sorriso,
de teus olhos verdes que tanto amo…

Saudades de tua maneira de se impor…

Teu jeito…

E eu louca para estar contigo…
me mostrar para ti,
te dar meus carinhos,
te dar o meu amor,
cessar meus desejos em tua boca,
em teu corpo prazeroso e amado.

Meus olhos apenas te procuram,
meu corpo apenas te quer,
minhas entranhas, apenas por ti,
queimam
ardem
se dilaceram.

Cá na minha saudade
os meus passos seguem ao teu lado
na estrada de nosso amor,
porque o meu caminho
é o teu caminho…
a tua felicidade
é a minha felicidade…
a tua vida
é a minha vida !

Hoje te amo e
sempre te amarei !

Marilda da Conceição

marilda

APRENDI A TE AMAR

Você surgiu por encanto,
nesse mar de fantasias,
com seu calor envolvente,
você encheu-me de alegria.

Como suave melodia,
você entoou minha emoção,
fazendo um sentimento brotar,
dentro do meu coração.

E nessa doce magia,
você devolveu-me o sonhar.
Transformou a minha vida,
você me fez sentir o que é amar.

DOS SONHOS DESPERTEI

Te amei…
Sonhei….sonhamos
Sem pensar, me entreguei.

Compartilhamos.
Acreditei nas palavras escritas,
no sentimento real.

Te amei…
Sonhei….
Me dei por inteiro
Fui amiga, confidente, companheira.

Sentimento forte, sincero, amor verdadeiro
Te amei tanto!
Ah! Como te amei!
Com tanta intensidade…
que esqueci o mundo real,
desprezei a vida lá fora,
me distanciei dos amigos.

Me anulei sem sequer perceber,
o que eu mesma fazia comigo.

Apenas eu,
amei.

Te perdi
Dos sonhos despertei
Sofri….chorei
Como te amei!
Dos sonhos….a dura realidade
Só restou saudade.
Essa dor insuportável,
machucando o coração.

Sofrendo…chorando,
continuo te amando,
nessa imensa solidão.

MEDO DE AMAR

Você partiu em silëncio…
Teve medo do encontro,
de olhar nos meus olhos,
do profundo sentimento que nossos olhos
mutuamente falariam ao se encontrar.
Da emoção que sentiríamos ao nos tocar.

Você sabia que o encontro de nossas almas,
seria perfeita sintonia.
Que o nosso amor seria mais intenso.
Que nossas vidas…
ficariam eternamente ligadas,
porque esse amor,
estava acima da nossa razão.
Que em mim..
econtraria o amor que nunca sentiu igual.

Então….meu amor,
você teve medo.
Sua vida…
ja estava entrelaçada em outra vida
Eu…
cheguei tarde.

O encontro não aconteceu.
Seu amor, frágil amor.
Não teve forças pra lutar pelo meu amor.
Tão frágil, fraco, inseguro…
preferiu renunciar

  • Você sabia …
    que depois de ler em meus olhos a emoção,
    sentir em meu ser a ternura,
    partir seria impossível,
    seria tortura.

Incógnita

dri

ÉS

És o meu mágico eclipse lunar,
o feitiço que me faz flutuar,
a poção que me deixa embriagada,
és o meu tudo e és o meu nada.

És o meu poço de mágicos desejos,
o fruto de todos os meus ensejos,
a miragem que vem no deserto,
és o meu longe e és o meu perto.

És a minha estrelinha da sorte,
o brilho que me faz ser forte,
a certeza no meio da confusão,
és a minha luz e a minha escuridão.

És a minha loucura anunciada,
o caminho para me sentir amada,
a calma no meio da ventania,
és a minha noite e o meu dia.

És a essência dentro do meu ser,
o amor que não posso perder,
a cura para toda a minha dor,
és a minha paixão e o meu amor.

És tudo o que eu um dia sonhei,
a alma gêmea que tanto busquei,
a bússola que me indica o norte,
és o meu azar e a minha sorte.

És a outra metade perdida de mim,
a flor mais doce deste meu jardim,
a única mentira que um dia foi verdade,
és a minha vida e a minha eternidade.

A TUA BOCA

A tua boca tem o mel das flores,
tem o calor de muitos amores,
tem o silêncio forte de muitas dores,
tem a brasa quente de muitos ardores,
tema a doçura mágica de mil sabores.

A tua boca tem o calor do sol de Verão,
tem a incerteza do sim que era não,
tem a chave do que fechas no coração,
tem a mais pura e doce tentação,
tem a sincera e verdadeira emoção.

A tua boca tem segredos por descobrir,
tem o amargo das lágrimas ao partir,
tem a magia que me faz ver e sentir,
tem o que ficou de um sonho ao cair,
tem mil segredos num cofre por abrir.

A tua boca é pouco mais que ilusão,
a tua boca é um sonho por concretizar,
a tua boca encerra essa doce sensação
de um beijo que apenas posso imaginar!

ARTE DE AMAR DISSE

Tocas-me com tao belas e intensas palavras…

Vem…
Que te espero… nua…
Não mais há lugar para o pudor…

Vem…que te quero, nua…
Fecha-me os olhos com teus beijos,
faz-me sonhar com teus desejos…
Faça-me com teu ardor…

Vem…
Que quero agora
acariciar teu corpo levemente,
beijar-te os lábios, sofregamente…
Sugar tua seiva com minha
boca quente…

Deixar-me penetrar por teu furor…
Vem…
te quero mulher,
vem…
deixa-me viver esta fantasia
de amor…

AMAR É

Amar é sentir o toque das mãos,
Contornando todas as curvas do corpo.

É o dedilhar centímetro a centímetro,
num massagear eloquente que arrepia a pele
nascendo os instintos mais selvagens.

E então no momento certo um beijo molhado,
acabará unindo dois corpos num só,
que nos leva ao gozo mais profundo.

“Amar é viver o momento mágico sendo sempre um momento único “

DEIXE-ME SER

Procura-me nas tuas palavras,
nos teus gestos
ou no disfarce da serenidade
que te devasta.

Esmagarei o que te assombra.

Descobre-me no teu corpo,
no teu sangue
ou no amordaçado recato
que desmaia o teu olhar.

Lamberei as tuas feridas.

Segreda-me os teus medos,
os teus silêncios
ou as fraquezas que estalam
desalmadas no teu peito.

Beijarei a tua alma.

Do teu vinho serei ébrio, do teu vôo
o compasso, serás a pele que bebo
nas asas do meu abraço.
Deixe-me ser assim …tua em corpo, alma …coração!

INUNDO-ME

Sinto em mim a tua boca
Meu amor
E grito
Quero a tua carne em mim
Inundo-me….
No meu orgasmo
E os teus lábios sugam a minha paixão
O fogo da tua língua
Inunda-me de prazer
E acalma-me o desejo

Tocas-me
De novo me excitas
Continua…
Perde-te comigo
Lancemo-nos neste abismo de loucura

QUERO-TE

quero o teu beijo
quero o teu toque
quero o teu corpo
quero o teu desejo
quero tocar-te
quero enlouquecer-te
quero ser tua
quero-te agora
quero-te inteira
quero-te só minha…
sou tua
entra em mim
rasga o meu corpo
nesta noite sem fim
és minha
em ti acendo
o fogo do desejo
num só momento
somos, tu e eu
corpos em chama
perdidos no tempo
danço no teu corpo
envolta nos teus braços
danço num ritmo lento
que tão bem sabes acompanhar
danço nos teus olhos
brilhantes de prazer
danço na tua boca
gulosa do meu beijo
danço no teu sexo
a um ritmo alucinante
danço até cair
exausta de prazer
quero…..

RENASCER

Fiz da minha vida um poema por mim inventado…

Foram tantos tropeços, tanta história do avesso,
que a vida se tornou num poema inacabado…

Vivi em pura solidão…sem dar ouvidos à paixão
Um dia a curiosidade acendeu em mim desejos…
e planei sobre a terra dos anjos…
onde vi rostos sorrindo de algo que já tinha esquecido… o Amor!

Quem é este anjo?…
que me tirou da escuridão e me fez viver…
Quem é este ser alado em que vejo a alegria da vida…por quem sinto desejo,
paixão.
E nesse olhar decido abolir a solidão…

Que saudade é essa, que entra no meu peito, e sufoca minha vontade
que grita que ela é única e especial…

Sinto medo…mesmo sabendo que entre nós não existe segredo
Amo-a na loucura…de seu amor!
Ao meu anjo, quero só para mim…seria inevitável apaixonar-me assim.

Do meu anjo quero matar a saudade…quero cortar esta distância que me sufoca a alma e me enfraquece o sangue…
Em meus sonhos…meu anjo aparece envolta em seda com olhar menina e corpo de mulher.

Dança em minha vida…melodias que nunca ousei sonhar…
É Deusa
É lua…
É Mulher…eternamente nua.

Em meus braços despojada de pudor, geme…enfraquecida
E entre meus beijos…carícias…nos perdemos juntas
Encontramo-nos una somente una mujer!

TATUAGEM

Escrevo em teu corpo como se fosses meu papel. Desenho em tua pele. Na ponta dos meus dedos levo as tintas com que te envolvo, no meu olhar a luz com que te ilumino. Resvalam na textura da tua tez as sombras dos teu contornos, suaves curvas que acaricio como se construísse em ti um novo corpo.

Murmuro-te as sílabas que teu corpo absorve, imprime e exibe, como um livro entre-aberto que me apetece desfolhar. Conto-te histórias de encantar, que tomas em teus poemas como pedaços meus que levas. Falo, projetando no vento os sons de uma canção que está por inventar, e tu, dás-lhe a música para quem a quer cantar, encantar.

Dos fios dos teus cabelos escorrem as cores que te dão vida, obra de arte divina, pedra perdida em pleno oceano. Levas tatuado no corpo, a minha voz, e as recordações de um passado misterioso que apenas nós sabemos interpretar, ao ler, diretamente da tua alma, os segredos escondidos em tão íntimo momento.

Nasce a obra, inventada entre nós, corpo de mulher, abraço adormecido em meu colo. Mulher madura que te recolhe, te abraça na sombra desta eternidade, que nos absorve as almas e nos faz uma da outra para sempre.