A morena dos olhos de Jade e o estranho sedutor

A morena dos olhos de Jade e o estranho sedutor

A história que vou contar aconteceu muito longe daqui. Ela se passou numa ilha mágica e enigmática no interior do Pará.

Era noite de lua cheia. O povo daquela localidade se preparava para a grande festa em homenagem a sua padroeira.

Haveria festa e ladainha e após a procissão todos iam celebrar a imaculada Conceição num grande arrasta pé no barracão da comunidade. O barracão estava decorado com flores e balões. O povo começou a chegar. As moças de família desfilavam seus belos vestidos e os rapazes admirados com tanta moça bonita. De repente no salão, surgiu uma linda morena com os olhos verdes de Jade. Ela vestia um vestido preto de seda que deixava a mostra suas coxas grossas e exalava um delicioso cheiro de paticholim. Ninguém conseguia deixar de admirá-la. Enquanto a orquestra tocava os rapazes faziam fila para cortejá-la.

Era meia noite quando um estranho surgiu. Ele vestia-se de branco e trazia um chapéu na cabeça. Seu rosto era moreno, queimado de sol, tinha cabelos negros e um olhar sedutor, uma boca carnuda que parecia pedir beijos. A moça morena olhou para o rapaz que a olhou nos olhos e segurou o olhar por alguns segundos. Ela não resistiu e encheu-se de desejos. O rapaz aproximou-se da moça e convidou-a para dançar. Quando os corpos do casal se tocaram o coração da virgem morena disparou. Eles dançaram durante horas sem parar. Foram tantos beijos, abraços e amassos… que o público daquele interior se escandalizou. Eles então decidiram ir namorar na ponte em frente ao rio.

Quando o dia amanheceu a população daquela ilha se surpreendeu com a cena que viu. A virgem morena foi encontrada nua deitada na ponte. Seu corpo exalava um forte pitiú. O moço estranho havia sumido. Ao lado da moça flores vermelhas e um chapéu branco foi deixado.

Dizem os moradores do lugar: até hoje a morena, que deixou de ser virgem naquela noite, desfila nua todas as madrugadas a beira daquele rio a procura do estranho que o seu coração raptou.

Francineti Carvalho

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