O medo (1882) A J. K. Huysmans (Tradução de Ana Cardoso Pires)
Subimos à coberta depois do jantar. Diante de nós, o Mediterrâneo não tinha um tremor em toda a superfície, que uma grande lua calma fazia brilhar. O grande navio deslizava, atirando para o céu, que parecia semeado de estrelas, uma enorme serpente de fumo negro; e, atrás de nós, a água muito branca, agitada pela passagem rápida da pesada embarcação, castigada pela hélice, espumava, parecia torcer-se e revolvia tantos brilhos que se diria a luz da lua em ebulição. Estávamos…